Palma Forrageira: uma fonte alternativa promissora de celulose para a indústria farmacêutica

A celulose, um ingrediente fundamental na indústria farmacêutica, está a assistir a um aumento da procura devido à necessidade crescente de excipientes1. Com a crescente preocupação com a sustentabilidade e a procura de fontes alternativas, a Palma forrageira surgiu como um candidato promissor para a produção de celulose. Este artigo aborda o potencial da Palma forrageira como fonte de celulose, nomeadamente para a indústria farmacêutica.

O que é a Palma Forrageira?

A palma forrageira (Opuntia ficus-indica) é uma espécie de cacto originária do México, amplamente cultivada em regiões áridas e semi-áridas de todo o mundo. Conhecida pela sua resiliência e adaptabilidade, esta planta tolerante à seca é utilizada principalmente como cultura forrageira para a alimentação do gado. Para além das suas aplicações agrícolas, a Palma forrageira também tem sido utilizada nas indústrias alimentar, cosmética e de bioenergia.

Produção de celulose microcristalina (MCC) a partir de Palma Forrageira

O processo de extracção de celulose microcristalina (MCC) da Palma forrageira envolve várias etapas. Em primeiro lugar, a planta é submetida a uma série de tratamentos, incluindo deslenhificação, branqueamento e hidrólise ácida. O resultado é a produção de fibras de celulose, que são depois desintegradas mecanicamente para obter o pó de MCC.

O MCC derivado da Palma forrageira apresenta várias propriedades vantajosas, incluindo elevada pureza, cristalinidade e uniformidade do tamanho das partículas. Estas propriedades tornam-no um candidato ideal para várias aplicações farmacêuticas, particularmente no fabrico de comprimidos.

Vantagens da MCC derivada da Palma Forrageira no fabrico de comprimidos

A utilização da MCC derivada da Palma forrageira no fabrico de comprimidos oferece várias vantagens:

1. Maior dureza dos comprimidos: As excelentes propriedades de aglutinação e compressibilidade da MCC contribuem para aumentar a dureza dos comprimidos, garantindo uma qualidade consistente do produto.

2. Desintegração mais rápida: A elevada porosidade e a acção de absorção da MCC facilitam uma desintegração mais rápida, melhorando o perfil de libertação do medicamento.

3. Redução dos custos de produção: Sendo uma matéria-prima facilmente disponível e de baixo custo, a Palma forrageira pode ajudar a reduzir os custos globais de produção dos produtos farmacêuticos.

Abordar os desafios e as limitações

Apesar do seu potencial, existem alguns desafios associados à utilização da Palma forrageira como fonte de celulose:

1. Variabilidade do teor de celulose: O teor de celulose na Palma forrageira pode variar em função de factores como a idade da planta, as condições ambientais e as práticas de cultivo. Para ultrapassar este problema, é fundamental a normalização das técnicas de cultivo e de transformação.

2. Aumento da produção: A produção em grande escala de MCC derivada da Palma forrageira pode exigir investimentos significativos em infra-estruturas e tecnologia. As colaborações entre a indústria, o meio académico e as agências governamentais podem ajudar a enfrentar este desafio.

Conclusão: O futuro da Palma Forrageira na indústria farmacêutica

Em resumo, a Palma forrageira é uma grande promessa como fonte alternativa de celulose para a indústria farmacêutica. O seu potencial para produzir MCC de alta qualidade, combinado com as vantagens que oferece no fabrico de comprimidos, torna-o um candidato viável para mais investigação e desenvolvimento. Ao abordar os desafios e limitações associados à sua utilização, é possível aproveitar todo o potencial da Palma forrageira para satisfazer a procura crescente de fontes de celulose sustentáveis e económicas na indústria farmacêutica.

Fontes:

1. Mercado de excipientes farmacêuticos Relatório de análise de tamanho, participação e tendências por produto (produtos químicos orgânicos, produtos químicos inorgânicos), por funcionalidade (enchimentos e diluentes, aglutinantes, suspensões e agentes de viscosidade) e previsões de segmento, 2018 – 2025, Grand View Research, Inc .